TABELA PERIÓDICA ACESSÍVEL: O ENSINO DE QUÍMICA EM UMA ABORDAGEM SENSORIAL

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Sousa, C.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Pereira, A.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Ribeiro, S.D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Pereira, M.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

Apresentar a confecção de uma tabela periódica com materiais recicláveis e de baixo custo destinada ao ensino de ciências e de química para pessoas cegas ou de baixa visão da educação básica. Apresentar os elementos químicos, com diferentes texturas, a e informações na grafia Braille, Libras e na Língua Portuguesa. É um material didático acessível e de baixo custo que deve proporcionar uma alternativa didática que valorize as potencialidades de cada aluno através de seus sentidos táteis e visuais e, consecutivamente, a inclusão escolar. E um material didático que pode ajudar, efetivamente a suprir as necessidades educacionais dos alunos com deficiência, explorando os seus sentidos remanescentes na busca de acesso as informações e na construção de conhecimentos de forma que autônoma.

Palavras chaves

Educação inclusiva; Tabela periódica ; Ensino de quimica

Introdução

A inclusão como movimento social iniciou na segunda metade da década de 80, do século XX. Foram fundamentais os tratados internacionais como, a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em 1990, em Jomtien, na Tailândia quando, foi elaborada a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Igualmente importante a Declaração de Salamanca, em 1994. Como o Brasil é signatário dos acordos internacionais, os movimentos pela inclusão influenciaram positivamente na elaboração de leis no país visando, a valorização das pessoas com deficiências na busca de garantia acesso à educação como é possível constatar na Constituição Federal de 1988, na Lei nº 9.394/1996, (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Em 2004, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), juntamente com a Secretária de Educação Especial implantaram o Programa “Educação Inclusiva: direito a diversidade”. Para atender as especificidades dos deficientes visuais e surdos, o Ministério da Educação através da Portarianº 2.678/02 aprovou as diretrizes e normas para o ensino e a difusão do sistema Braille no país em todas as modalidades de ensino e para a produção de materiais adaptados. Já a Lei nº 10.436/2002 reconheceu a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como comunicação e expressão. No ano de 2015 foi promulgada a Lei nº. 13.146, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência como avanço importante no processo de inclusão de pessoas com deficiência no sistema educacional. A proposta deste texto é justamente apresentar algumas reflexões sobre a confecção de uma tabela periódica com materiais recicláveis e de baixo custo destinada ao ensino de ciências e de química para pessoas cegas ou de baixa visão. Além de procurar apresentar com maior clareza os elementos químicos, a referida tabela foi confeccionada apresentando informações na grafia Braille, Libras e na Língua Portuguesa.

Material e métodos

As informações da tabela periódica (rearranjo dos grupos químicos e novos elementos) foram extraídas de livros e de periódicos especializados da área de química para garantir que todas as informações tivessem credibilidade e atualizada segundo a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). Foi a partir de então que construímos a tabela periódica acessível com caixas de achocolatad de 200 ml, no total de cento e dezoito (118) unidades. Materiais Cada cor e textura determina um grupo químico específico;Hidrogênio: cobertura com papel de textura microndulada na cor verde; Gases Nobres: cobertura com papel de textura de camurça na cor azul. Não metais: cobertura com textura em EVA na cor vermelha; Metais: cobertura com textura de tecido denominado de TNT contact na cor amarelo. Já os elementos pertencentes aos grupos dos não metais, dos gases nobres e o hidrogênio receberam apenas uma textura, como mencionado acima. Para fixar as texturas que não possuíam aderência própria foi utilizado cola quente e de isopor. Como parte desse processo foi elaborados dois rótulos para cada elemento químico com as informações pertinentes a cada elemento químico, como: número atômico, massa atômica, símbolo e nome por extenso. Sendo que no rótulo, essas informações estão em Língua Portuguesa e em Braille Nos símbolos dos elementos também foi adicionado à cor conforme o grupo químico. No rótulo, foram colocadas as mesmas informações, apenas com a diferenciação do símbolo do elemento em Libras na cor preto padrão e o nome por extenso em Língua Portuguesa, por não ter sido concluído a tradução para.

Resultado e discussão

Mesmo entendendo que o ensino de química tenha assumido um papel fundamental na compreensão de muitos dos processos naturais e industriais da sociedade moderna, essa disciplina, no caso da cidade de Marabá, que não tem auxiliado muito os alunos com difidência por falta de equipamentos e materiais didáticos apropriados e que de fato faça com que a educação seja inclusiva. Muitos autores tem demonstrado que a química tem sido, preferencialmente, da percepção pela visão. Segundo Paula (2015), Os professores têm dificuldades em compreender que o aluno possui algumas necessidades que são decorrentes da deficiência que ele apresenta, no entanto, estas necessidades não o impedem de aprender e realizar as atividades, desde que lhe seja proporcionado condições de atuação e acessibilidade (p. 159). O professor além de estar disponível para ensinar, deve estar preparado para aprender com as diversidades e as necessidades de seus alunos. Nesse sentido, a Sala de Recurso Multifuncional não deve ser vista como o único ambiente que detenha os mecanismos facilitadores de ensino e aprendizagem. A tabela periódica acessível que construímos busca auxiliar o professor no processo de ensino e proporcionar mais autonomia para os alunos na aquisição do conhecimento relacionado aos conceitos dos elementos químicos e suas propriedades. É um material didático que ajuda na exploração dos sentidos táteis e visuais a partir de cores atrativas e texturas distintas que levarão o aluno a identificação das informações sobre os elementos que são pertencentes a um grupo químico específico. Vale ressaltar que durante o processo da produção da tabela periódica a mesma passou por algumas mudanças de texturas para que fosse possível a diferenciação dos elementos química, em Libras e em Braille. Esse material alcançou o objetivo de ser algo acessível para ser produzido dentro das escolas em parceria com os professores da área, levado em conta que as caixas de achocolatado são reutilizáveis e os papeis com texturas distintas de baixo custo, sendo favorável para aquisição.

Figura 1: símbolo de LIBRAS

Figura 1: rótulo com símbolo do elemento químico em LIBRAS

Figura 2: maleta

Figura 2: maleta dos elementos químicos

Conclusões

Por isso é importante e necessário desenvolver metodologias, bem como, produzir materiais didáticos acessíveis que possam possibilitar, efetivamente, a ampliação do ensino e aprendizagem de alunos com deficiência. Ou seja, é preciso ver a escola como um espaço para todos, onde as pessoas sejam tratadas igualmente, independentemente de sua condição física ou cognitiva. Foi na perspectiva de valorização da aprendizagem multissensorial que confecção da referida tabela foi pautada.

Agradecimentos

A UEPA, por ter cedido à sala do NAES e ao Projeto de Pesquisa Saberes e Práticas da Formação Docente: da avaliação da educação inclusiva à produção de materiais didáticos destinados ás pessoas com deficiência.

Referências

BRASIL. (1990). Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtiem/Tailândia.
BRASIL. (1988). Constituição Federal. Promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 jun. 2018. Brasília, 1988.
BRASIL. (2004). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto Nº 5.296 de 02 de dezembro.
BRASIL.(2002). Ministério da Educação. Portaria N° 2.678, 24 de setembro. Disponível: <http://fnde.gov.br/fnde/legislacao/portarias/item/3494-portaria-mec-n%C2%BA-2678-de-24-de-setembro-de-2002>. Acesso em: 01 Ago. 2018.
BRASIL.(2015). Lei n º 13.146/15, de 6 de julho. Diário Oficial da União, de 7.7.2015 Brasília, 2015. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 06 Ago. 2018.
BRASIL. (1996). Lei n° 9.394, de 20 de dezembro. Diário Oficial da União, de 23.12.1996 Disponível: http://www.planalto.gov.br.ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 27 Mar. 2018. Brasília, 1996.
BRASIL. (2002). Lei Nº. 10.436, de 24 de abril. Diário Oficial da União, de 25.4.2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. Brasília, 2002.
BRASIL.(1994). Ministério da Ação Social. Coordenadoria Nacional Para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: MAS/ CORDE, 1994.
PAULA, T. E. de. Um Estudo sobre as Necessidades Formativas de Professores de Química para a Inclusão de Alunos com Deficiência Visual. 409 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) - Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2015.

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